segunda-feira, 28 de março de 2011

Via Crucis

Explodindo do levante, vindo de Sião

Rompeu uma LUZ:
Um lago de espinhos, de açoites paralizados
Rasgados ao meio e incendiados
Pela marcha flamejante
De um bison branquíssimo, poderosíssimo,
Que velozmente destrói o mar de maldade,
Com a tranquilidade das coisas invencíveis.

A dor o atinge, múltipla, polifônica, quase
Infinita- dor de vários sobre um –
Pois cada espinho daquele tinha um dono,
Bilhões,
Mas nenhum era dEle.
A confluência em espiral dos crimes passados,
Presentes e futuros lhe perfura,
milhões de brocas, as sinapses de dor
Lhe sobem pela espinha de todas as partes,
Num uníssono agônico, e Ele galopa, Ele galopa,
Ele galopa...

Um alvíssimo bison, não por albino,
Mas por ser Santo.
Com suas chamas, com sua marcha sacrificial
Ele abre caminho aos homens, até o platô celeste.
Só Ele o poderia, só o sacrifício o poderia,
Só o fogo o poderia.

Eu traria todos os que não puderam
para verem uma marcha tão heróica,
Um amor
tão sobre tudo tão
Incoercível
Se eu, poeta humilde, pudesse o Tempo,
Se eu manipulasse o Espaço e seus canais,
Traria uma criança syouxie, e, vendo-o,
Ela esqueceria seus prados corcéis irmãos heróis
E vendo-o, ela O amaria.
E a criança seria amada,
E olha porque o mistério é fabuloso,
Ela, você, eu, todo mundo
Fomos e somos amados.

Pois Ele vive.

Ele chama.

autor desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário